Transtorno do Humor Bipolar
Como identificar uma pessoa com transtorno bipolar?
O Transtorno Bipolar (Transtorno do Humor Bipolar – THB) ou Transtorno Afetivo Bipolar, é um transtorno mental no qual o humor do paciente oscila patologicamente. Sendo assim, a pessoa afetada passa por períodos de euforia exagerada, denominada fase “maníaca”, alternados com outros de humor depressivo (fase depressiva). Ou seja, há uma oscilação entre “dois polos” do humor, daí a denominação bipolar.
O que é mania?
No linguajar popular “mania” significa qualquer hábito repetitivo e caricato que uma pessoa possua. Geralmente esses rituais são exercidos de maneira obsessiva e estão mais relacionados ao Transtorno Obsessivo-Compulsivo.
Para a Psiquiatria, “mania” é um termo que conceitua distúrbio do humor caracterizado por um estado de euforia ou “elação” exagerados, fora do normal. No estado maníaco a pessoa se sente com superpoderes ou com irritabilidade, exibindo impaciência, raiva, ódio, agressividade e impulsividade, muitas vezes acompanhados de delírios. Os delírios são principalmente de perseguição e/ou de referência (interpretar que quase tudo o que acontece se refere à sua pessoa). Uma característica muito importante do estado maníaco é que a pessoa em crise tem sua necessidade de sono muito diminuída. Nessa fase sente-se muito bem com apenas 3 a 4 horas de sono. Também é muito frequente a labilidade emocional, com episódios súbitos de choro ou riso histérico. Quando esses mesmos sintomas se apresentam em grau mais brando, chamamos hipomania.
O nome “mania” deriva do grego e significa “loucura” ou “psicose”, daí o nome antigo do transtorno ser Psicose Maníaco-Depressiva.
Como dito anteriormente, o indivíduo com o THB não permanece em mania ou hipomania por todo o tempo. O THB tipo I se caracteruza por um estado de humor que oscila entre o estado maníaco, a normalidade e a depressão. Já no THB tipo II a oscilação do humor se dá entre hipomania, normalidade e depressão. E, quando ocorrem 4 ou mais epsiódios de mania e/ou depressão no período de 12 meses, o transtorno é chamado de Ciclagem Rápida.
Qual o tratamento para o Transtorno do Humor Bipolar?
O paciente geralmente procura ajuda médica quando se encontra na fase de depressão, porque, quando em fase maníaca e, principalmente hipomaníaca, ele se sente muito bem, “às mil maravilhas”, mesmo que esteja causando muitos transtornos para si e para os outros que com ele convivem. Assim, estando em episódio de depressão, torna-se fundamental para o psiquiatra fazer a distinção entre o estado de depressão bipolar e a depressão unipolar, característica do Transtorno Depressivo Maior, porque as abordagens terapêuticas são completamente diferentes. Para que o diagnóstico correto seja feito, a coleta de informações sobre a história do paciente e a evolução do caso deve ser o mais detalhada possível. É necessário ouvir o depoimento tanto do próprio paciente quanto de pessoas do seu convívio.
A estratégia principal do tratamento do Transtorno Bipolar é baseada no uso de medicamentos estabilizadores do humor, o que visa evitar as oscilações patológicas do humor, permitindo que o paciente as tenha dentro de uma faixa de normalidade, que são os “altos e baixos” comuns nas vidas de todos nós. Nos episódios de depressão bipolar pode ser útil a utilização de medicamentos antidepressivos, mas, sempre associados com algum estabilizador do humor, pois, se os antidepressivos forem usados em monoterapia, corre-se o risco de precipitar uma “virada maníaca” ou acelerar ainda mais a Ciclagem Rápida.
Quanto às estratégias não-farmacológicas, a Psicoeducação, tanto para os pacientes quanto para os familiares, é fundamental. Ao receberem informações sobre o transtorno, os mesmos poderão aprender como detectar precocemente os sinais do distúrbio e, assim, ajudar a reduzir em até 50 % o número de recaídas e a gravidade do quadro. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a Psicoterapia Familiar podem ajudar no manejo das distorções do pensamento e nas disfunções comportamentais, reduzindo os prejuízos que o transtorno pode causar, muitas vezes destruindo a vida de relações que o paciente conseguiu estruturar.
Leitura sugerida:
0 comentários